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Coleção de Camélias

A cameleira encanta todos os que a olham, pela sua rusticidade, grande variedade de cor e formas das suas flores, beleza da folhagem persistente e longevidade. O género Camellia, o maior da família Theaceae, inclui cerca de 260 espécies e, atualmente, existem cerca de 20 000 cultivares registados.

Coleção de Camélias

A planta dos deuses que veste os jardins

As Camélias, presentes na China e no Japão como símbolo religioso, começaram por crescer nos jardins dos templos e em locais de culto. O gosto pelas cameleiras como plantas ornamentais está muito associado a esta época e ao papel relevante que assumiram nestes locais.

Apesar da sua grande diversidade, apenas algumas são amplamente cultivadas como plantas ornamentais de jardim, como a Camellia japonica, a Camellia reticulata, a Camellia sasanqua e a Camellia saluenensis. Muitos cultivares e híbridos têm resultado de cruzamentos entre estas espécies e outras espécies menos comuns.

Na arte, na literatura e nos rituais de beleza

As camélias foram muito populares na arte e literatura europeias do século XIX.

 

O seu óleo foi segredo das gueixas, conhecidas pela sua aparência imaculada, que o utilizavam para conseguir uma pele deslumbrante e cabelos brilhantes.

 

As folhas da Camellia sinensis foram também, durante muito tempo, utilizadas na culinária para a produção de chá.

Na arte, na literatura e nos rituais de beleza

A chegada das Camélias a Portugal

Em Portugal, as camélias poderão ter sido introduzidas durante o século XVI, no entanto, foi apenas a partir do século XIX que o seu cultivo se tornou frequente.

 

As cameleiras encontram-se dispersas por todo o arquipélago, mas é em São Miguel que existe o maior número de parques e jardins que incluem estas plantas nas suas coleções. Nesta ilha, as cameleiras mantêm-se como plantas ornamentais ou em sebes, para divisão de terrenos e quebra-ventos.

A chegada das Camélias a Portugal

Um florir em vários tons

A Cameleira de seu porte arbóreo, ou arbustivo, com folhas verdes e escuras e frutos de diversos tamanhos, formas e cor, origina flores com tons que variam entre o branco, creme, rosa, vermelho, amarelo, ou uma combinação de todos eles.

 

Quanto à forma, existem camélias simples ou singelas, semidobradas, dobradas, em formato de Anémona, de Peónia, ou de Rosa.

Um florir em vários tons

A Coleção de Camélias em números

  • Famílias

    1

    Famílias

  • Géneros

    1

    Géneros

  • Espécies

    43

    Espécies

  • Subespécies

    1

    Subespécies

  • Variedades

    10

    Variedades

  • Cultivares

    704

    Cultivares

A Coleção de Camélias no Parque Terra Nostra

Iniciada pelo jardineiro-chefe, em 2004, é uma das maiores e mais completas da Europa.

As cameleiras do Parque Terra Nostra, que possui as condições ideais para o seu cultivo, encontram-se distribuídas por diferentes áreas, devidamente enquadradas na paisagem, de forma a facilitar a exposição de toda a coleção. 

O jardim de camélias é constituído por quatro áreas distintas, preenchidas com as respetivas variedades das principais espécies: Camellia japonica, Camellia reticulata, Camellia sasanqua, e híbridos

A floração inicia-se no Outono e mantém-se durante cerca de seis meses. Esta é uma coleção que encanta durante todo o ano, estando no seu auge entre outubro a dezembro, para as Camélias Sasanquas; entre janeiro a abril, para as Camélias Japónicas; e entre fevereiro a março para as Camélias reticulatas.

A variedade das espécies nos nossos jardins

A Camélia Sasanqua é uma planta bem adaptada ao solo e clima dos Açores, que rapidamente forma grandes arbustos ou pequenas árvores, com folhagem verde escura e brilhante e flores perfumadas de cor branca ou diversos tons de rosa.

A Japónica está representada no parque com cultivares importadas da China como a Alba Plena, a Variegata e a Althaeiflora, e cultivares importadas do Japão como a Hagoromo e a emblemática Masayoshi. Estão também presentes vários cultivares portugueses e híbridos americanos, australianos e neozelandeses.

Já a Reticulata, é conhecida pela complexidade de obter novas plantas, ainda assim, quando acontece, as flores são grandes e magníficas, de tons cor-de-rosa, rosa escuro e vermelho.

A génese de novos cultivares

Desde 2002, o Parque Terra Nostra tem participado, anualmente, na exposição de camélias das Furnas, na qual se podem conhecer as aquisições mais recentes, assim como os cultivares clássicos.

 

Um dos objetivos da equipa do parque é a génese de novos cultivares, através de técnicas de hibridação que permitam aumentar a diversidade morfológica das plantas. Atualmente, podem ser encontrados inúmeros híbridos, com flores das mais variadas cores, formas, tamanhos e perfumes.

A génese de novos cultivares

Uma Coleção premiada

Em 1996, durante uma exposição realizada em Ponta Delgada, o Parque foi galardoado com o prémio de melhor camélia híbrida, atribuído ao híbrido Camellia x williamsii ‘Brigadoon’.

 

Em 2014, a Associação Internacional de Camélias outorgou ao Parque Terra Nostra o prestigiado galardão Camellia Garden of Excellence, reconhecendo a qualidade ímpar da sua coleção e o mérito da equipa que a constituiu e mantém.

 

Em 2017, na Exposição de Camélias do Porto, uma das mais importantes da Europa, o Parque Terra Nostra apresentou flores da espécie Camellia nitidissima e foi agraciado com o 1.º Prémio.

 

Uma Coleção premiada
  • Sabia que...

    O género Camellia L., o maior da família Theaceae, foi batizado pelo botânico sueco Linnaeus?

    O género Camellia L., o maior da família Theaceae, é nativo do Oriente e foi batizado pelo botânico sueco Linnaeus, em 1735, que teve por base a descrição de plantas feita pelo médico alemão Kaempfer, em 1712, após uma viagem à China e ao Japão. Linnaeus, para a escolha do nome, decide homenagear Georg Jossef Kamel, um jesuíta austríaco, missionário nas Filipinas.

     

    A hibridação artificial permite introduzir numa espécie características de outras espécies?

    A busca por novas variedades de plantas geneticamente melhoradas é uma constante nas pesquisas científicas. O mesmo acontece com as cameleiras, com cada vez mais cultivares e híbridos novos a surgir.

    As flores são bissexuais, isto é, coexistem na mesma flor os órgãos sexuais femininos e masculinos, pelo que pode ocorrer autopolinização, ou pode haver trocas de pólen através de insetos ou do vento, originando-se frutos cujas sementes podem ser resultado do cruzamento ou hibridação entre variedades da mesma espécie, ou entre variedades de espécies diferentes.

    A hibridação entre espécies diferentes pode ocorrer naturalmente, no entanto, à medida que novas espécies do género Camellia L. vão sendo descobertas, metodologias para a hibridação artificial têm vindo a ser aperfeiçoadas de forma a introduzir numa espécie características de outras espécies que visam, por exemplo, aumentar o perfume das flores, desenvolver novas cores, obter plantas mais resistentes a doenças e a temperaturas extremas, e alterar hábitos de crescimento e floração. 

    As camélias são plantas que gostam de verões quentes e suportam geadas?

    É uma planta de climas temperados que suporta geadas suaves e gosta de verões quentes, mas não muito secos. A chuva no verão e níveis de humidade relativamente altos são importantes. São plantas capazes de tolerar condições climatéricas que não sejam perfeitamente favoráveis, conseguindo resistir a muitas adversidades provocadas pelo clima, no entanto, é nas zonas de clima temperado onde não se verificam valores extremos de temperatura, que se observa um comportamento normal, ao ar livre, da maioria das variedades.

    A incidência da radiação solar direta, no caso das Japónicas e Híbridos, é prejudicial, provocando queimaduras ao nível das folhas e flores, sendo por isso importante fixá-las em zonas de meia sombra ou com exposição Norte.

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