Os vestígios fossilizados dessas épocas mostram-nos semelhanças, a nível morfológico e reprodutivo, com as cicadófitas da atualidade e, é por essa razão, que muitos as consideram fósseis vivos.
As Cicadófitas, da divisão Cycadophyta e ordem Cycadales - com características morfológicas que as tornam distintas de todas as outras - são, atualmente, consideradas um pequeno grupo de plantas, com distribuição reduzida e apenas 250 espécies, de 11 géneros.
Os vestígios fossilizados dessas épocas mostram-nos semelhanças, a nível morfológico e reprodutivo, com as cicadófitas da atualidade e, é por essa razão, que muitos as consideram fósseis vivos.
A distribuição mundial das cicadófitas continua com um número substancial de plantas na África do Sul, Austrália, América do Sul, Sul da América do Norte e Caraíbas.
O género Cycas é o mais amplamente distribuído, com exemplares no Japão, China, inúmeras ilhas do Pacífico, Austrália, Costa Leste de África e Madagáscar.
As cicadófitas são plantas gimnospérmicas, cujos óvulos estão expostos e não produzem frutos.
Reproduzem-se por sementes nuas, protegidas por tegumentos mais ou menos carnosos, de cor verde, castanha, laranja, amarela ou vermelha, ou pela via vegetativa, onde ocorre o afilhamento junto à base do tronco. No cimo do caule, possuem uma coroa para as folhas, que formam um arranjo foliar semelhante ao das palmeiras, especialmente as do género Phoenix.
Como plantas dióicas, cada exemplar tem apenas um sexo e não dois, como é comum no reino vegetal, desenvolvendo assim cones masculinos ou femininos em plantas distintas.
A Encephalartos woodii é a planta mais solitária do mundo?
Uma das espécies mais misteriosas do Parque Terra Nostra é a Encephalartos woodii, descoberta por John Medley Wood, em 1895, na Floresta Ngoye, em Zululand, África do Sul. Deste exemplar foram recolhidos alguns rebentos vegetativos para conservação ex-situ e, desde então, todos os espécimes existentes em jardins botânicos resultam de processos de clonagem, ou de propagação vegetativa das plantas existentes. Sendo esta espécie dioica e sem nunca se ter encontrado um exemplar feminino, está classificada como extinta da natureza pela International Union for Conservation of Nature and Natural Resources (IUCN Red List).
Os insetos ajudam na polinização das cicas?
A polinização está muito associada às angiospérmicas, plantas que produzem flores, uma característica evolutiva que as tornou mais atrativas a insetos e outros animais, que são agentes importantes na polinização, e dispersão das sementes. Uma relação de tal forma frutífera que permitiu às angiospérmicas o domínio atual da flora terrestre. Contudo, estudos recentes parecem evidenciar que algumas cicas, como por exemplo a cica Encephalartos friderici-guilielmi, não dependem apenas do vento para o transporte do pólen dos cones masculinos para os femininos, uma vez que possuem também estratégias como a exalação de odores voláteis e de calor, a partir dos cones, capazes de atrair insetos, nomeadamente os besouros e tripes que ajudam no processo da polinização e consequente fecundação.
As cicas são utilizadas na cozinha?
O Sagu é um amido retirado da medula, o interior esponjoso de diversas plantas, inclusive da espécie Cycas revoluta, existente no parque. Esta farinha, de fácil digestão, possui uma textura suave e leve, um baixo teor de gordura, e é uma grande fonte de fibra. É muito utilizada em pratos tradicionais de países como a Malásia, índia e Nova Guiné. No Brasil e Reino Unido é servida em sobremesas como pudins.
2
Famílias
9
Géneros
89
Espécies
0
Subespécies
0
Variedades
1
Cultivares
Quando um
colecionador alemão, Christian Muller, visitou o Parque, na sua contínua
procura por cicadófitas, encantou-se por uma árvore exótica, Cunninghamia
lanceolata, e manifestou interesse em obter um exemplar.
O jardineiro-chefe
ofereceu-lhe uma planta jovem e, posteriormente, Christian Muller retribuiu a
oferta, doando-lhe algumas espécies de cicadófitas. Foi com estas plantas que
se iniciou a Coleção de Cycadales do Parque Terra Nostra no ano 2000, transformando-se
numa das coleções mais completas da Europa, com 88 espécies.
Uma coleção que
encanta durante todo o ano, estando no seu auge entre outubro e janeiro.
A Coleção de
Cycadales foi projetada num antigo laranjal existente no parque, a partir do
qual se criou um pequeno vale idealizado, com a intenção de transportar todos
os visitantes para um ambiente pré-histórico, onde seres fascinantes, como os
grandes dinossauros, coabitavam com as cicadófitas que, muito provavelmente,
lhes serviram de alimento.
Em redor do jardim
encontra-se uma sebe alta de incensos, Pittosporum undulatum, e eugénias,
Syzygium australe, plantadas quando o terreno ainda tinha laranjeiras, com a
dupla intenção de proteger os citrinos dos ventos fortes e resguardar todo o
espaço das restantes áreas ornamentais. Atualmente, esta sebe contribui,
também, para a formação de um microclima fundamental na adaptação das
cicadófitas.