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Coleção de Fetos

Os fetos são um grupo de plantas que representam uma grande divisão da flora terrestre chamada Pteridophyta, com uma linhagem filogenética muito antiga. Existem cerca de 13 000 espécies, 35 famílias e 568 géneros.

Coleção de Fetos

Os Fetos e a dependência de humidade ambiental

Estas plantas podem ser encontradas em habitats bastante distintos. Aquelas que crescem sobre o solo são terrestres, outras, que se desenvolvem em rochas, são chamadas de litófilas ou rupícolas e aquelas que se encontram em árvores são as epífitas.

 

A dependência de água dos fetos limita a sua distribuição geográfica a zonas tropicais húmidas. Tendo estas as condições ideais para o seu desenvolvimento, é também onde encontramos a maior diversidade de espécies.

 

Ainda que existam espécies que conseguem sobreviver em condições de secura extrema, como as zonas desérticas, a reprodução apenas acontece quando há humidade ambiental.

Folhas sem igual, sem semente, flores ou frutos

Normalmente, são reconhecidas pelas suas folhas, chamadas frondes, que podem ser simples ou pinuladas, de cor verde-claro, a escuro, ou azulado, podendo ser variegadas. As jovens frondes, muitas vezes têm tons dentro do rosa e vermelho.

 

São plantas vasculares sem semente, desprovidas de flores e frutos.

Folhas sem igual, sem semente, flores ou frutos

De caráter nostálgico, apela ao romance

 Símbolo de humildade, na iconografia cristã, e omnipresentes nas paisagens românticas, os fetos desenvolvem-se em ambientes discretos e sombrios, reforçando o seu caráter nostálgico.

 No século XIX, na Europa e Reino Unido, assistiu-se a um popular colecionismo destas plantas, que eram utilizadas para embelezar o interior das habitações, prensadas e organizadas em álbuns, ou elemento decorativo de peças de porcelana, vidro e metal.

 

De caráter nostálgico, apela ao romance

A Coleção de Fetos em números

  • Famílias

    14

    Famílias

  • Géneros

    54

    Géneros

  • Espécies

    141

    Espécies

  • Subespécies

    5

    Subespécies

  • Variedades

    5

    Variedades

  • Cultivares

    31

    Cultivares

O Vale de Fetos junto ao riacho do parque

O Vale dos Fetos, situado na zona envolvente do riacho de água férrea, num extremo da Serpentina, é um dos recantos icónicos do Parque Terra Nostra, com os seus magníficos exemplares dos géneros Cyathea e Dicksonia, que evocam fascinantes ecossistemas exóticos.

Esta coleção foi iniciada pelo jardineiro-chefe, em 1995, sendo uma coleção que encanta durante todo o ano, estando no seu auge entre abril e outubro. A maioria das espécies existentes na Coleção de Fetos são exóticas, mas existem, também, espécies endémicas como o Polypodium azoricum e o Dryopteris azorica.

A diversidade dos fetos no jardim e na flora açoriana

Dentro da divisão Pteridophyta, a flora açoriana possui cerca de 39 fetos nativos e 7 endémicos. Alguns são relíquias do Terciário, muito raros no continente europeu e facilmente observados no arquipélago dos Açores, como os dos géneros Trichomanes e Hymenophyllum.
  • Sabia que...

    Os Fetos têm uma enorme resiliência?

    Durante os períodos geológicos Carbonífero e Permiano, entre cerca de 359 e 252 Ma, os fetos viveram dias de prosperidade que perduraram até ao início do Triássico, há 252 Ma, altura em que ocorreu a maior extinção da história na Terra, causada pelo aquecimento global. Ainda assim, os fetos sobreviveram e continuaram a proliferar no meio de novas dificuldades, como a necessidade de competir com outras plantas que foram surgindo, as cicas e as coníferas. Estes grupos de plantas dominaram a flora terrestre até ao final do Cretáceo, entre cerca de 145 e 66 Ma, quando ocorre uma nova extinção em massa, talvez a mais conhecida, por ter causado a extinção dos dinossauros, mas, uma vez mais, os fetos encontraram uma forma de resistir e de se adaptar às novas condições. Ainda hoje, continuam a ser um dos maiores grupos de plantas existentes na Terra.

     

    Os Fetos são fósseis vivos?

    É inegável a semelhança encontrada em fetos fossilizados há milhões de anos atrás com alguns fetos ainda existentes na atualidade. Registos fósseis de fetos do género Psaronius, atualmente extinto, que viveram na parte final do período Carbonífero, entre cerca de 359 e 299 Ma, demonstram o quão idênticos os atuais fetos arbóreos, como o Cyathea medullaris, ou o Dicksonia antarctica, são relativamente aos seus antepassados. Também do período Carbonífero surgem registos fósseis com fetos da atual família Osmundaceae, a que pertencem espécies como a Osmunda regalis, nativa dos Açores.

     

    A água é extremamente importante na reprodução dos fetos?

    A água é um elemento fundamental para que os fetos completem o seu ciclo reprodutivo. É exclusivamente através da água que os anterozoides conseguem chegar ao óvulo de forma a fecundá-lo. Já as plantas com flor e as coníferas desenvolveram estruturas, como as flores e os cones, que podem utilizar a ajuda do vento ou de insetos para completarem o seu ciclo reprodutivo. Esta é uma das razões pela qual a existência da grande maioria dos fetos ocorre, nos trópicos, em zonas mais húmidas e sombrias, onde a água está disponível durante todo o ano.

     

    Os Fetos têm diversas utilidades?

    Para fins comerciais, a espécie Adiantum capillus-veneris (avenca-das-fontes) era utilizada na produção de capilé, um xarope popular português do século XVIII, e nas ilhas dos Açores, e a espécie Culcita macrocarpa (feto-do-cabelinho) era utilizada para encher colchões.

    O feto Matteucia struthiopteris é uma espécie ornamental caraterística de jardins, classificada com o Award of Garden Merit, pela Royal Horticultural Society. Para além do seu valor ornamental, os seus rebentos jovens, nas zonas rurais do nordeste dos Estados Unidos da América, e no Japão, são utilizados para o consumo humano como uma iguaria, sendo que o seu sabor e textura são similares aos dos espargos.

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