O arquipélago dos Açores foi habitat de diversas espécies, que estiveram na base da evolução para a flora atual. Foi floresta primitiva de espécies arbóreas e arbustivas, como o loureiro e o cedro-do-mato, substituídas progressivamente por novas espécies exóticas, como a criptoméria e as hortênsias.
A flora do arquipélago tem origem nas florestas extintas do Terciário e períodos anteriores. Como parte da região da Macaronésia, os Açores, são uma das ilhas afortunadas, assim como a Madeira, Canárias, Cabo Verde e uma faixa costeira do Noroeste de África.
A flora da Macaronésia era uma relíquia das florestas Laurissilva, com uma vegetação repleta de espécies e endemismos diversos, que foram desaparecendo com as glaciações ocorridas no Terciário.
Com o povoamento dos Açores e o próprio passar do tempo, a floresta nativa diminuiu drasticamente, sendo consumida por terrenos agrícolas e pastagens, e tendo sofrido alterações significativas com a introdução de espécies exóticas e invasoras.
Durante esta época, as espécies endémicas foram utilizadas para diversos fins. Recolhiam-se os frutos de uva-da-serra para as compotas e as bagas do louro-da-terra para óleos com fins medicinais; utilizavam-se os ramos de urze para fazer vassouras e o bracel-da-rocha para os pincéis de caiar; quanto à madeira, era utilizada na cozinha tradicional e no aquecimento das casas.
Muitas foram as espécies que chegaram aos Açores à boleia das aves e na ondulação do mar.
As aves migratórias foram um dos principais agentes na introdução e disseminação de novas espécies, através da ingestão e posterior libertação da semente, e também do transporte de corpos vegetais, que se fixavam aos seus.
O mar trouxe a colonização de espécies como a Lotus azoricus. Por meio das suas correntes marítimas, as sementes flutuavam e acabavam por chegar ao arquipélago, germinando e concentrando-se maioritariamente nas zonas costeiras.
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Famílias
49
Géneros
41
Espécies
6
Subespécies
0
Variedades
0
Cultivares
Entrando no nosso
jardim, há uma pequena área, plana e árida, coberta por bagacina preta, que
representa as zonas costeiras mais quentes, onde habitam espécies endémicas
como a Azorina vidalii, a Euphoribia azorica ou o Limonium vulgare - espécie
nativa.
Numa outra área, com
diferentes relevos, simulam-se as zonas de média e alta altitude onde,
frequentemente, encontramos pastagens, pequenos montes e vales, com florestação
mais densa e húmida e uma maior quantidade de espécies herbáceas e arbustivas.
Uma coleção que
encanta durante todo o ano, no seu auge entre junho e outubro.
A necessidade de carvão vegetal foi uma das principais causas da desflorestação da floresta Laurissilva?
Ao longo do povoamento dos Açores, a madeira de espécies como a Myrica faya, a Erica azorica, e o Laurus azorica foi explorada de forma intensiva. O cedro-do-mato (Juniperus brevifolia), por ter uma madeira de excelente qualidade, foi utilizado não só para produção de carvão vegetal, mas também para criação de mobiliário, galochas, arte sacra, entre outros.
Os Açores foram refúgio para plantas nas glaciações do Pleistoceno?
A Frangula azorica e Myrica faya, com origem nas florestas temperadas do Sul da Europa, colonizaram os Açores durante as glaciações do Pleistoceno, entre cerca de 2,58 Ma e 11,7 mil anos.
A Azorina é um género botânico único dos Açores?
A Azorina vidalii é a única espécie do género Azorina, endémico dos Açores. É uma planta costeira, muito resistente às tempestades marítimas, que possui uma elevada taxa de mortalidade, compensada pelo seu rápido crescimento na fase inicial de desenvolvimento.
